Michael Pachter pode mandar muitas ao lado mas feitas as contas, são bem mais aquelas que acerta em cheio. Em Março de 2012 previu que a Nintendo se iria “Dreamcaster”(tradução possível de “Dreamcast itself”) com o Wii U. Era uma previsão algo arrojada, já que ainda faltavam 8 meses para o lançamento do console, mas que fazia todo o sentido uma vez que o console da Nintendo reunia todos os ingredientes que levaram ao falhaço da Dreamcast e, consequentemente, à saída da Sega do hardware:
- era bem menos poderosa que os seus concorrentes;
- era relativamente inovadora;
- dedicava-se exclusivamente a jogos(i.e. sem ou com muito poucas funções multimedia);
- estava altamente dependente do sucesso de exclusivos first party;
- o mercado mostrava pouco interesse e já estava a poupar para os consoles da concorrência;
- A estas acrescento outra semelhança que entretanto surgiu: falta de apoio da Electronic Arts, a segunda maior editora do mundo(na altura da Dreamcast era a maior).
Ao fim de um ano de Wii U, a realidade parece confirmar a previsão de Pachter: o console vendeu apenas 3.9M de unidades e, em apenas três semanas, já foi ultrapassada pelas vendas combinadas do Xbox One e PlayStation 4. Quanto é que tinha o Dreamcast vendido quando toda a gente correu a comprar o PlayStation 2? 2.6M de unidades. Ainda menos que o Wii U mas, dado que em 2001 o mercado de consoles era cerca de um terço do que é nos dias de hoje, é seguro dizer que, proporcionalmente, a última console da Nintendo está a vender menos do que a de fato último console da Sega.
Escrito por

Alexandre Vieira