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quarta-feira, 28 de maio de 2014

'Distribuição de Watch Dogs no Brasil foi planejada há três meses', diz diretor


 Watch Dogs foi lançado nesta terça-feira (27) e já está disponível para compra através da distribuidora NC Games, parceira da francesa Ubisoft. A empresa, que existe desde 1994, está vendendo o jogo por R$ 199, um preço salgado frente aos US$ 60 do game lá fora. Para nos contar detalhes sobre a distribuição e sobre os problemas de tributos no Brasil, a coluna Geração Gamer conversou com Nelson Hirano, diretor comercial da companhia. Confira.

Watch Dogs chegou pelo preço salgado de R$ 199 na NC Games (Foto: Divulgação/Ubisoft)Watch Dogs chegou pelo preço salgado de R$ 199 na NC Games (Foto: Divulgação/Ubisoft)
Três meses de planejamento
Nelson Hirano tem 49 anos, mas se considera um “jovem na crise dos 40″. Começou a se interessar por videogames na época dos cartuchos da Nintendo, entre os anos 80 e 90 (Nintendinho e Super NES). “Não me considero um gamer fanático e hoje em dia brinco com minhas filhas, uma de 23 anos e outra de 15. Mesmo não consumindo tanto, vejo este mundo eletrônico cada vez mais cinematográfico”, opina.
Nelson Hirano tem 39 anos e começou a se interessar por jogos na geração Nintendo (Foto: Divulgação)Nelson Hirano tem 39 anos e começou a se interessar por jogos na geração Nintendo (Foto: Divulgação)
Não parece, mas vender jogos no Brasil é uma operação mais complexa do que parece. Com experiência e parceria com a Ubisoft durante anos, principalmente durante os lançamentos da franquia Assassin’s Creed, a NC Games se preparou para este game. “Nossa distribuição está sendo preparada desde fevereiro. Estamos há três meses planejando vender Watch Dogs. Como a produção do Xbox 360 e do PS3 é nacional, os jogos destes consoles chegam diretamente ao Brasil. Já as versões para PlayStation 4 e Xbox One foram importadas junto com as de PC. Essa foi uma operação muito forte entre a Ubisoft e a NC para disponibilizar um lançamento”, diz Nelson.
Watch Dogs à venda na NC Games: Preço salgado, mas com pronta entrega (Foto: Reprodução/Pedro Zambarda)Watch Dogs à venda na NC Games: Preço salgado, mas com pronta entrega (Foto: Reprodução/Pedro Zambarda)
A meta de entrega de Watch Dogs por parte da NC Games no Brasil é ambiciosa, segundo Nelson Hirano. “Como somos parceiros exclusivos, este é um título que nós conseguimos negociar com a Ubisoft. Para você ter uma ideia, em relação às vendas do último Assassin’s Creed, nós pretendemos expor Watch Dogs 50% a mais. Ele estará em todos os nossos pontos de venda, em diversas cidades brasileiras com acesso aos videogames. Para as localidades sem lojas, os varejistas poderão comprar pela internet com entregas previstas de dois até três dias”, explica.
Esquema de segurança para um jogo de hackers
Watch Dogs brinca com o conceito de hacker em um jogo de mundo aberto (Foto: Divulgação)Watch Dogs brinca com o conceito de hacker em um jogo de mundo aberto (Foto: Divulgação)
O jogo coloca você na pele de Aiden Pearce, um ex-criminoso e hacker muito habilidoso que interage com um mundo aberto à la GTA. Você pode usar essas habilidades para para obter informações sobre pessoas com seu celular e consequentemente ir atrás de vingança. O irônico é que justamente um game com um protagonista hacker teve um procedimento bem rigoroso de combate à pirataria.
Nelson nos disse: “Nós da NC Games tivemos um cuidado grande com a distribuição de Watch Dogs antes do lançamento. Tentamos ao máximo evitar o vazamento para hackers, monitorando as redes sociais atrás de quem faz pirataria, 24 horas por dia. Mesmo assim, teve gente que conseguiu o produto antes do tempo e conseguiu até postar no YouTube”.
O tal do “Jogo Justo” e o preço de Watch Dogs
O protagonista  Aiden Pearce é um ex-criminoso hacker em Watch Dogs (Foto: Divulgação)O protagonista Aiden Pearce é um ex-criminoso hacker em Watch Dogs (Foto: Divulgação)
“A NC Games participou da campanha Jogo Justo para conseguir descontos no preço dos videogames. Nós ainda defendemos combate aos tributos no Brasil, revertendo em benefícios para economia como um todo. Hoje em dia, o governo está entendendo aos poucos a importância dos jogos na sociedade. Watch Dogs é um dos títulos mais importantes no mercado e em nosso catálogo”, ressalta Nelson Hirano.
A campanha Jogo Justo foi idealizada por Moacyr Alves, idealizador da Associação Comercial, Industrial dos Jogos Eletrônicos do Brasil (ACIGAMES). Embora todas as pessoas envolvidas de fato tenham investido no slogan, desde 2010 o Jogo Justo não afetou consistentemente o mercado de games brasileiro. Recentemente, Moacyr participou de uma audiência pública em Brasília. Mas nenhuma mudança significativa foi notada em nosso mercado.
Moacyr Alves, do Jogo Justo e da ACIGAMES: Iniciativas interessantes, mas sem resultados concretos (Foto: Divulgação)Moacyr Alves, do Jogo Justo e da ACIGAMES: Iniciativas interessantes, mas sem resultados concretos (Foto: Divulgação)
Isso se reflete no preço de Watch Dogs. No exterior, o jogo é encontrado por US$ 60. No Brasil, o preço sobe para R$ 199. Com o dólar custando R$ 2,24 no câmbio, o preço deveria ser R$ 134. Talvez ainda falte cortes nos impostos ou um incentivo aos jogos no país, principalmente para distribuidoras.
Nelson está otimista com seu próprio mercado. “Hoje o jogador está mais exigente, cobrando jogo original, com informações extras e toda a assistência técnica na pós-venda. Com este cenário, e um preço mais compatível, podemos atingir futuras vitórias comerciais. Estamos brigando com o mercado sujo da pirataria, além de ainda existirem problemas de distribuição. A Sony e a Microsoft ainda têm alguma dificuldade para chegar em alguns estados brasileiros, embora o PlayStation 3 e o Xbox 360 estejam caindo de preço, tornando-se mais acessíveis”.
E o futuro dos videogames?
“Gostaria de explorassem mais o conteúdo dos jogos, como é o caso do próprio Watch Dogs, em que a pessoa pode controlar uma rede eletrônica e manipular tudo. Ou o caso de Max Payne, que traz o enredo do cara que teve a família morta e quer se vingar. A realidade brasileira também renderia bons jogos no futuro próximo. E isso ajudaria a nossa população”, finaliza Nelson Hirano.

Escrito por


Alexandre Vieira
Apaixonado pelo mundo dos videojogos e principalmente Jrpgs e fã da serie Final Fantasy.

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