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quarta-feira, 26 de março de 2014

Análise – inFAMOUS: Second Son




Passaram 7 anos desde os acontecimentos de New Marais e o mundo vive agora tempos de mudança com os condutores a serem cada vez mais afastados da sociedade.
inFAMOUS: Second Son é a nova aposta da Sony no PlayStation 4 e o terceiro jogo da série inFAMOUS. Antes de lerem a análise, é importante realçar que esta  análise inclui spoilers referentes ao final de inFAMOUS 2, peça importante e que decide todo o desenrolar de Second Son.
O pano de fundo é Seattle, e o novo herói (ou vilão) é Delsin Rowe, um jovem pacato de 24 anos que até saber que tinha super-poderes, dedicava-se apenas a fazer grafite, andar à deriva e provocar o irmão às direitas – Reggie.
A Sucker Punch procurou com esta abordagem uma narrativa tipo irmão bom, irmão mau onde nós o jogador nos inserimos na pele de Delsin Rowe e damos largas à nossa imaginação. Já experimentaram parar 5 minutos e pensar no que fariam se tivessem super-poderes? É esse o exercício que devem fazer quando abordam Second Son. A liberdade que seria um jovem à solta numa metrópole com super-poderes e com a liberdade para fazer o que bem lhe apetecesse.
Delsin, é um personagem que à primeira vista pode não cativar todo o tipo de jogadores, numa geração onde os personagens principais se tornam no cliché de jovem rebelde, Delsin acaba por nos conquistar com o desenrolar do jogo à medida que se apercebe que não basta ter os poderes mas sim acartar a responsabilidade que eles exigem. Acaba por se identificar mais como um jovem divertido, despreocupado e com uma boa intenção final: ajudar.

Este aspecto é suportado pelo já conhecido sistema de karma que já nos habituou nos passados jogos da série. Para quem nunca jogou os anteriores, cada decisão que façam no jogo implica directamente a forma de como a história se vai desenrolar. Delsin encontra pelo caminho momentos de decisão que constroem o seu lado bom, ou lado mau.
inFAMOUS: Second Son, desenrola-se sete anos depois do “Bom Final” em inFAMOUS 2  onde Cole MacGrath se sacrifica na esperança de eliminar todos os condutores e o seu grande inimigo: A Besta. Passados sete anos, os condutores continuam presentes. Second Son conta-nos então a história de Delsin que procura salvar a tribo que lhe dava abrigo depois desta ter sido atacada pelo vilão principal, um condutor. Nos tempos que se vivem, os condutores são procurados e prendidos pela DUP - Departamento de Protecção Unificada, um departamento criado especificamente para proteger a sociedade dos condutores. Toda a cidade se encontra sob vigia, com câmaras de vigilância e portões de segurança onde as pessoas fazem uma breve análise que as identifica como condutor ou não. Curiosamente, a própria DUP é controlada por um condutor, uma antiga militar que ao ganhar super-poderes, usou-os para conseguir a atenção do governo preparando um exército que visa a impedir a ameaça bioterrorista.
E falando em visuais, outro aspecto a realçar é o detalhe facial dos personagens que muda conforme o seu estado emotivo, sem animações forçadas é como se conseguíssemos ler o que dizem através dos próprios lábios. Troy Baker é quem dá a voz a Delsin Rowe e já é um nosso conhecido pelo seu excelente trabalho, na versão portuguesa do jogo será Diogo Morgado que também consegue um excelente trabalho, não tão bom como o de Troy Baker mas por o fazer noutras condições, de forma adaptada. É importante a contínua aposta da Sony em lançar os seus jogos na versão portuguesa.
A Sucker Punch quis tirar o máximo potencial do PlayStation 4 e para isso aproveitou ainda as funcionalidades do DualShock 4 dando uso ao touchpad para simular a nossa impressão digital nas zonas de verificação dos DUP, ou até mesmo para dar ao lado artístico de Delsin Rowe enquanto fazemos grafites. Para além do touchpad o próximo analógico consiste numa precisão fantástica e sente-se que foi refinado ao máximo para que a curva de aprendizagem seja muito curta. Delsin responde e age da forma que nós queremos.
Um dos elementos mais impressionantes em Second Son é a performance do jogo no PlayStation 4, numa altura em que o console é tão novo e o jogo chega numa fase de lançamento, Second Son tem um desempenho de louvar, com uma fluidez de imagem digna de “nova geração”, texturas, brilho, iluminação, tudo sem carregamentos intermédios que nos façam parar a ação. O motor de partículas que foi muito explorado em Resogun é um elemento nova geração que alimenta Second Son com detritos a voar no cenário e explosões a ter impacto de forma dinâmica.


Num contexto pessoal e como adepto do trabalho da Sucker Punch, é fantástico a sua criatividade sem limites. Quando pensamos em super-poderes muitos de nós vão ao básico, voar, poder de fogo, água, o que for. A Sucker Punch usa e abusa da sua liberdade criativa e foi mais além com os poderes de Delsin. Delsin é um condutor diferente dos outros, por norma cada condutor tem apenas um poder, são pessoas que já tiveram uma vida normal e que um dia – tal como o nome indica – se tornaram condutores de um poder específico. Delsin por outro lado tem o melhor dos dois mundos, é um condutor cuja habilidade é absorver o super-poder de outros condutores, através de um contacto, Delsin ganha um novo super-poder e fica ainda a conhecer o passado por detrás do condutor original.


Isto abre a porta a todo o tipo de super-poderes que a Sucker Punch se consiga lembrar, em Second Son vamos ter ao nosso dispor quatro super-poderes: um do tipo fumo que é dedicado a um combate próximo-médio, com forte impacto e uma mobilidade média, com este super-poder conseguimos em grande estilo atravessar condutas de fumo e subir ao topo de edifícios num piscar de olhos. O poder néon é dos mais vistosos e a gosto pessoal, o meu preferido. Com o poder néon atravessamos a velocidade à velocidade Flash, em corrida, prédios acima, ruas a direito, com um impacto visual extraordinário. Não tão forte como o de fumo, tem outra particularidade: é mais utilizado no combate à distância, com um modo tiro furtivo. A Sucker Punch deixou dois poderes por revelar e nós achamos por bem também não os revelar nesta análise, seria tirar a piada aos jogadores e no que estes dois novos poderes podem trazer. Apenas podemos dizer isto: um deles é muito original e bem fora do vulgar o outro é…destrutivo. Curiosos?

Estes poderes vão se gastando e podem ser recarregados usando o próprio ambiente, Delsin consegue absorver dos letreiros o poder néon e dos objectos devastados o poder de fumo. Para além dos ataques normais, à medida que a história se desenrola e que definem o vosso lado bom ou mau, os poderes serão diretamente influenciados. Sendo que cada poder tem diferentes ataques ou movimentos, o jogo inclui uma tabela de evolução que vai desbloqueando à medida que recolhem fragmentos que estão espalhados na cidade, tal como nos jogos anteriores. Este sistema de progressão agarra-vos ao jogo e mesmo depois de desbloquearem tudo, querem sempre os experimentar e explorar ao máximo, evoluindo primeiro o poder que for mais adaptado ao vosso estilo do jogo, é uma dinâmica que distingue a série inFAMOUS das restantes.

Para além do modo história, temos os habituais colecionáveis e missões secundárias espalhados pela cidade, seja recolher fragmentos, encontrar agentes secretos do DUP, destruir câmaras de vigilância, soltar prisioneiros, entre outras atividades. Estas atividades constroem o nosso karma e evoluem o nosso arsenal de super-poderes.

A campanha em si soube a pouco e é o único aspecto que no meio de toda esta experiência não me encheu por completo. A duração foi curta, sendo daquele tipo de jogador que explora tudo antes de ir às missões principais e tendo terminado o jogo em cerca de 8-10 horas, no final damos com a cidade ao nosso dispor para exploração e para combater umas tropas DUP que resistem, não fosse algum DLC que vai estar disponível no lançamento, Seattle já não nos convidaria mais a fazer grande coisa. Fora a duração, a própria história podia estar melhor aproveitada. Delsin é um personagem que consegue singrar mas teria sido interessante que explorassem mais o seu passado e até mesmo deixar uma porta aberta para o que vem no futuro. Mas Delsin não está sozinho, na sua companhia temos o seu irmão e outros dois condutores, cada um com a sua história. Missões secundárias dedicadas aos seus amigos alargavam o jogo e exploravam mais a história de cada um, foi uma pena terem ficado de parte. Algo que também senti falta, foram as referências a Cole MacGrath, tirando referências muito ligeiras, faltou uma ligação ao passado e ao condutor que tanto revolucionou o mundo.

inFAMOUS: Second Son é um jogo que fazia falta ao leque da PlayStation 4, numa altura onde faltam títulos de peso à consola, Second Son abrange vários tipos de jogadores e seja qual for o vosso género de jogo, dificilmente recusam Second Son. São horas de pura diversão e com algum conteúdo para oferecer, nem que seja o facto de terem que terminar a história duas vezes para aproveitar a experiência total, pelo lado bom e pelo lado mau.

Delsin arranja o seu canto no que vai ser um dos melhores jogos do ano e apesar da mudança na série, inFAMOUS tem tudo para continuar esta nova etapa.

Vejam ainda a nossa entrevista a Ken Schramm da Sucker Punch:




Pontos Positivos:
- Visuais nova geração que criam logo um primeiro impacto
- Controlos respondem como queremos e de forma precisa
- Duas histórias permitem uma dose de conteúdo alargada
- Imensas atividades espalhadas por Seattle
Pontos Negativos:
- Duração da campanha e conclusão da história podia ser mais exigente
Esta análise foi feita com base na versão PlayStation 4, que foi fornecida ao autor pela Sony PlayStation Portugal para 
realização da análise.

Fonte


Nota 9.0


Postado por


Alexandre Vieira
Apaixonado pelo mundo dos videojogos e principalmente Jrpgs e fã da serie Final Fantasy.

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