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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Castlevania: Lords of Shadow 2 traz velhas ideias e sangue novo; prévia


 Falar de Castlevania: Lords of Shadow 2, sequência programada para chegar em fevereiro para PS3 e Xbox 360, é basicamente falar sobre seu antecessor. Felizmente, o novo título se dispõe a colocar em destaque justamente os pequenos detalhes que fizeram do primeiro uma boa experiência. Vejam aqui as impressões iniciais do game.

Castlevania: Lords of Shadow 2 (Foto: Divulgação)Castlevania: Lords of Shadow 2 (Foto: Divulgação)
Voltando no tempo
Castlevania: Lords of Shadow, lançado em 2010 através de uma colaboração entre a Konami e o estúdio espanhol MercurySteam, foi uma infeliz vítima do hábito, por vezes problemático, de julgar algo por comparação. Há quem se lembre do game, um energético experimento sobre o formato de mais de 20 anos da série, apenas como uma mistura meia indecisa entre Shadow of the Colossus e God of War.
Não é à toa, claro: o jogo pega emprestado elementos de ambos, e nem sempre da melhor maneira, mas quando engrena em combate, algumas ideias realmente boas e originais começam a surgir. Para dar nomes aos bois: a coluna dorsal do combate no game é uma barra chamada Focus Meter, que se preenche com cada golpe dado, e se esvazia completamente se você deixar um inimigo te acertar. Uma vez cheia, todo ataque do jogador rende ao personagem energia necessária para ativar as magias do jogo – que, por sinal, vêm em dois sabores: a negra potencializa a força de seus golpes, a branca transforma cada chicotada em uma bem-vinda fonte de energia vital, te mantendo em pé durante situações mais complicadas. A alta agressividade dos adversários e uma barra de vida bem limitada encorajam um uso de estratégia e reflexo que não se vê em muito God of War por aí.
clos2previa1O novo Lords of Shadow explora os pontos positivos do primeiro game (Foto: Divulgação)
O Novo capítulo da série
A primeira mudança notável na sequência é que Gabriel, agora transformado em Drácula, tem em seu arsenal não uma, mas três armas distintas. O chicote Blood Whip, principal meio de ataque e capaz de atingir múltiplos oponentes em área, é agora acompanhado de uma espada (Void Sword) e uma dupla de garras (Chaos Claws). As duas novas ferramentas de certa maneira tomam o espaço das magias do jogo original: a primeira permite que você roube vida dos oponentes; a segunda dá acesso a uma variada sequência de socos e ganchos, obliterando escudos adversários e abrindo a guarda dos inimigos para combos mais variados.
clos2previa2Gabriel é Drácula em Lords of Shadow 2 (Foto: Divulgação)
Diferente de outros jogos, como o recente DmC, o acesso às outras armas durante o combate não vem de graça, exigindo um gasto de magia que, como em Lords of Shadow, é coletada através do Focus Meter. Ou seja, para conseguir usar seu arsenal, é preciso evitar ataques inimigos e se manter na ofensiva para absorver o máximo de mágica de seus oponentes. Pode parecer injusto, mas a mobilidade impressionante do protagonista e pelo menos três opções de defesa (desviar, parar o ataque ou até realizar um contra-golpe com inputs precisos do botão de block) garantem que bons jogadores mantenham combos variados sem precisar se colocar tempo demais na linha de fogo.
Honestamente, qualquer opinião sobre o combate neste momento seria apenas suposição. A demo testada – a mesma apresentada em junho durante a E3 2013 – coloca jogadores em um momento muito específico da aventura, o tutorial em que Drácula ainda tem todos os seus poderes no ápice de sua forma. O que significa que foi possível enfrentar um punhado de pobres cavaleiros sem sequer se preocupar em manter a barra de Focus carregada ou gastar a preciosa magia. Logo, como o balanço desses variados sistemas de jogo vai funcionar no calor da ação infelizmente é uma pergunta a ser respondida em outra ocasião.
clos2previa3A demo não consegue empolgar nos momentos de climax dos combates (Foto: Reprodução)
Quando o Príncipe das Trevas não está em combate, a demo separa trechos lineares, que desafiam jogadores a escalarem paredes e vencerem obstáculos. Durante os 15 minutos de jogo, o parkour medieval não surpreendeu: Drácula se move tão rapidamente e os caminhos através de paredes e abismos são tão óbvios que toda a exploração pareceu desnecessária – a capacidade artística da MercurySteam continua muito bem, obrigado, então pelo menos não dá para reclamar da paisagem.
Depois de despachar alguns visitantes e derrotar um chefe, o anti-herói precisa derrotar uma máquina de guerra gigantesca. Pareceu legal de primeira, mas não passou de um exercício monótono de escalada. Desvie de engrenagens aqui, atraia a atenção de um arqueiro ali e esteja pronto para se segurar quando a máquina decidir estapear seu castelo como se fosse uma vilã de novela. O processo teve de ser repetido algumas vezes, então se você não gostou dos momentos inspirados em Shadow of the Colossus do primeiro game, este aqui definitivamente não é sua pedida. E o fato de que a luta contra um mecha steampunk tenha sido a parte menos animadora da demonstração não é um bom sinal.
Castlevania: Lords of Shadow 2 (Foto: Reprodução) (Foto: Castlevania: Lords of Shadow 2 (Foto: Reprodução))Castlevania: Lords of Shadow 2 (Foto: Reprodução)
Mas vamos a alguns fatos positivos:
- Robert Carlyle volta a dublar Gabriel Belmont nesta sequência. Considerando que o ator, que trabalhou em Trainspotting e Ou Tudo ou Nada, foi tão vital para o personagem – muitas das cenas do jogo foram montadas ao redor de sua performance vocal – é difícil pensar em alguém mais apto a viver o conturbado anti-herói
- Já que estamos falando nisso, ver um ator Hollywoodiano homenagear uma das mais marcantes cenas da série é um bocado impactante, além de um sinal de que o enredo vai manter o tom mais inconsequente da série
- Agora na pele de um vampiro, o jogador pode sugar sangue do pescoço de inimigos. É uma maneira prática de conseguir mais vida no meio de um combate e se manter no ataque mesmo quando a situação não está a seu favor
- Lords of Shadow 2 traz mais uma mudança à fórmula, que na verdade lembra um pouco os Castlevanias para portáteis Nintendo. Cada arma vem com uma habilidade extra que abre novos caminhos pelo cenário, encorajando o retorno a partes já concluídas da aventura. Essas habilidades podem ser até mesmo usadas em combate: a espada, por exemplo, pode congelar certas correntes de água e criar novas passagens, mas tem o propósito útil de imobilizar inimigos em um caixão de gelo. Este aspecto do jogo, infelizmente, não estava disponibilizado na demo
- O jogo na verdade se passa tanto no passado quanto no mundo contemporâneo. Em ambos você controla Drácula, mas em estágios diferentes de sua vida. A Konami divulgou, entretanto, que não será uma divisão 50/50
- Outra boa sacada: Gabriel ganha acesso a versões mais poderosas de novos golpes conforme os usa em batalha, encorajando combos variados
Castlevania: Lords of Shadow 2 (Foto: Divulgação) (Foto: Castlevania: Lords of Shadow 2 (Foto: Divulgação))Castlevania: Lords of Shadow 2 (Foto: Divulgação)
Conclusão
Não julgue um livro pela capa, nem um jogo por uma demo ruim. Apesar de indicar um game meio quadradinho demais, as ideias girando ao redor do aprimorado sistema de combate podem trazer melhorias para um Castlevania que pode muito bem ser o derradeiro exemplo de que os Belmont podem sim detonar no mundo dos jogos tridimensionais.

Escrito por


Alexandre Vieira
Apaixonado pelo mundo dos videojogos e principalmente Jrpgs e fã da serie Final Fantasy.

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