Marcelo Tavares comenta grandes lançamentos da feira e ausência da companhia japonesa
Mostrar para o resto do mundo a força do mercado de games no País é um dos desafios da Brasil Game Show (BGS). A edição de 2013 da feira conta com uma ajuda para manter o seu crescimento e sucesso de público: a primeira chance para grande parte dos fãs brasileiros de terem contato com os lançamentos PlayStation 4 e Xbox One.Mercado brasileiro de jogos eletrônicos cresce 43%, movimenta R$ 1 bilhão em comercialização e a cidade de São Paulo lidera o ranking mundial com a migração do mercado informal para oficial, de acordo com dados divulgados pela organização da feira.
Mesmo sendo considerada a maior feira do estilo realizada na América Latina (e a quarta maior do mundo), a BGS tem o desafio de continuar promovendo um mercado que ainda pode encontrar o ponto ideal no País. Os fãs de Mario, Zelda e companhia, por exemplo, não poderão visitar um estande da Nintendo na feira, que acontece entre os dias 25 e 29 de outubro, no Expo Center Norte, na zona norte de São Paulo.
.O R7 portal brasileiro conversou com Marcelo Tavares, presidente da Brasil Game Show sobre as apostas para a nova geração dos videogames e a ausência da Nintendo na BGS 2013. Fã dos consoles e games da “Big N”, Tavares admite que também ficará decepcionado ao passear pela feira e não se deparar com um estande da companhia japonesa
Confira a entrevista com o presidente da Brasil Game Show!
R7 – Como você avalia a evolução da Brasil Games Show?
Marcelo Tavares – O evento foi crescendo muito rápido. Em 2009, fizemos a primeira edição com apenas 20 expositores e teve mais de 400 visitantes. A BGS foi realizada em um ginásio, um único dia. De lá para cá, o evento mais do que dobrou de tamanho a cada edição. Em 2013 serão 150 empresas e uma estimativa de 150 mil visitantes. Hoje temos grandes marcas, grandes nomes do mercado de games estarão na feira.
R7 – Você citou a presença das marcas famosas. Por outro lado, o público ficou surpreso com a ausência da Nintendo. Você acha que os fãs da companhia podem perder interesse pelo evento?
Marcelo Tavares – É mais um posicionamento da Nintendo do que da Brasil Game Show. O que mostra que a feira tem feito um marketing para ajudar o mercado. A própria Sony e a Microsoft vão promover seus novos consoles na feira. O Shield [console portátil] da NVIDIA vai ser apresentado para o público brasileiro na BGS 2013. Acho que é ruim para o fã da Nintendo de forma geral, é algo ruim para a Nintendo também porque pode acarretar a migração desse fã para as plataformas concorrentes. Fiz o máximo para que eles pudessem participar, espero que eles mudem de opinião para a próxima edição. Particularmente, espero que as três grandes [Nintendo, Microsoft e Sony] estejam fortes nessa guerra dos consoles. Também gostaria que o WiiU já estivesse sendo vendido oficialmente no Brasil.
R7 – Antes de comentar a nova geração de consoles, gostaria que você falasse um pouco sobre a evolução do mercado no País. Para começar, o preço dos games é justo?
Marcelo Tavares – O preço dos consoles no Brasil já foi muito mais alto do que os praticados atualmente. Hoje em dia, o valor já é próximo da realidade dos países da Europa. O preço dos jogos também é parecido com o que é praticado fora. Claro que nos Estados Unidos o preço é menor. Mas, temos uma política fiscal que faz o custo ser elevado. Infelizmente, é uma realidade do Brasil que a gente tem que se adequar.
Mesmo assim, hoje em dia o jogador brasileiro compra um produto com garantia, manual, pode aproveitar campanhas promocionais. A presença dos consoles e dos jogos sendo produzidos no País é um sinal desse avanço. A maioria dos títulos novos é todo localizado em português e isso responde por um sucesso grande de vendas no Brasil. Atualmente, o mercado de games é um dos que mais crescem. Por isso, as empresas começaram a olhar melhor para o consumidor brasileiro. Nesse sentido, a Brasil Game Show é uma grande vitrine.
R7 – Sem a Nintendo para dividir as atenções, quem vai ser a estrela da BGS 2013: PlayStation 4 ou Xbox One?
Marcelo Tavares – É difícil saber quem é o vencedor dessa guerra. Quanto mais empresas competindo melhor. O consumidor vai ganhar em preço, conteúdo e jogos exclusivos. Os fãs de cada plataforma provavelmente sigam a tendência de comprar a nova geração. Mas, acho que a empresa que sair na frente pode não estar mais a frente no final da geração.
R7 – Como você comentou, o mercado de games no Brasil ainda está em evolução. Com a sua experiência como organizador da Brasil Game Show o que você pode dizer sobre o público gamer brasileiro? Já superamos os estereótipos?
Marcelo Tavares – No passado, havia muito mais preconceito. Trabalho com videogames desde 2002 e, quando optei por isso, familiares e amigos se espantaram e até me criticaram um pouco. Agora, os smartphones e companhia ajudaram a trazer um público maior para os games, conseguimos mostrar que existe conteúdo para todo tipo de jogador. Por outro lado, temos blockbusters que conseguem transcender o mercado de games e viram filmes, por exemplo. Tem o caso de jogos como Angry Birds que virou um grande número de produtos. São games que conseguem ganhar espaço e dar um chega para lá nesse preconceito.
A evolução da BGS também mostra que o perfil dos jogadores no Brasil mudou. Quando começamos, 90% dos visitantes da feira eram homens. Hoje em dia, temos 70% de homens e as mulheres já são 30% do público. É uma coisa que mudou muito. Não é só a filha, esposa, irmã que vai acompanhar o jogador, são mulheres que jogam.
O perfil de idade mudou também. A idade média do jogador na BGS é de 24 anos – o contrário do que as pessoas imaginam, que o nosso público seja composto apenas de adolescente e crianças. Temos uma grande receptividade dos adolescentes e crianças, mas os visitantes adultos também representam uma boa parcela do público da feira.
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