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sábado, 2 de agosto de 2014

Analise: MONSTER MONPIECE


 Monster Monpiece surpreende com um jogo de alta qualidade e muita diversão enterrado sob uma grossa camada de polêmica devido a sua jogabilidade que simula movimentos eróticos, reflexo do mercado japonês.

Monster Monpiece é um jogo de cartas e estratégia para o PS Vita que ficou conhecido pela sua polêmica forma de fazer melhorias nas cartas, com movimentos claramente eróticos. Devido a todo o frisson ao redor do assunto, pouco se falava do jogo em si, ofuscando o fato de que há diversão de alta qualidade por trás de tudo isso.
Jogo adulto usa e abusa do touchscreen do PS Vita

Por trás de toda a polêmica, Monster Monpiece é um ótimo jogo (Foto: Divulgação)
Por trás de toda a polêmica, Monster Monpiece é um ótimo jogo (Foto: Divulgação)

A deusa vingativa

O jogo se passa em um mundo de fantasia onde os humanos quase foram extintos por monstros como punição de uma deusa criadora, a qual em seguida puniu também os monstros por seu comportamento. Nesse mundo, humanos e monstros agora trabalham juntos para alcançarem seu potencial máximo.
A história conta especificamente sobre a pouco confiante May e sua companheira monstro impulsiva Fia, uma dupla de extremos opostos, ambas inexperientes guerreiras. Eventualmente elas se envolvem em uma luta contra uma ameaça desconhecida que está transformando as pessoas e monstros em zumbis sem vontade própria.

Uma aventura pelo mundo

O modo principal do jogo é a campanha que conta a história descrita acima. Nela é possível se locomover através de várias fases por um grande mapa, batalhando com inimigos que surgirem no caminho, enquanto obtém dinheiro e cartas em caminhos opcionais.
A aventura tem boa duração e vários caminhos alternativos (Foto: Divulgação)A aventura tem boa duração e vários caminhos alternativos (Foto: Divulgação)
A campanha é bem longa e durante a sua jornada você irá acumular uma boa coleção de cartas. Seus baralhos então poderão ser usados para desafiar outros jogadores em partidas online, com possibilidade de personalizar suas próprias regras de combate.

Pouca roupa e muita estratégia

Há muitos jogos de cartas no mercado que confiam apenas na profundidade dos seus sistemas para divertir, mas Monster Monpiece traz também uma dose de estratégia de jogo de tabuleiro. Criar seus próprios baralhos é apenas o começo, você precisará invocar as guerreiras das cartas para o campo de batalha e posicioná-las para a vitória.
Seu objetivo é fazer com que suas guerreiras, invocadas do seu lado do campo de batalha, caminhem turno a turno em direção ao quartel-general inimigo. Enquanto elas se locomovem pelo tabuleiro terão também que derrotar qualquer guerreira invocada pelo seu adversário que ficar no seu caminho.
A jogabilidade de Monster Monpiece mescla perfeitamente cartas e estratégia (Foto: Divulgação)A jogabilidade de Monster Monpiece mescla perfeitamente cartas e estratégia (Foto: Divulgação)
As guerreiras são versões antropomorfizadas de uma série de criaturas, desde figuras mitológicas conhecidas até desconhecidos demônios da cultura japonesa. Todas são representadas com desenhos fofinhos e algumas vezes erótico. Quanto mais poderosa a guerreira da carta é, menos roupas ela veste.
Enquanto a mecânica de invocar cartas e colocá-las para batalhar pode parecer simples, Monster Monpiece é incrivelmente profundo. Há uma série de sistemas secundários que tornam o jogo extremamente complexo. Às vezes os combates ficam complicados demais, mas o jogo explica todos os sistemas lentamente, garantindo que você os entenda, mesmo que depois se sinta sobrecarregado com tantos detalhes.
Para exemplificar alguns dos sistemas: Cada carta possui uma classe, algumas focadas em ataque direto, outras em indireto e também healers para curar cartas e buffers para deixá-las mais fortes. Elas também possuem auras diferentes e ao jogar três cartas da mesma aura em sequência, há um grande bônus para todas as unidades. Ainda é possível criar fusões com duas cartas de espécies iguais.
As batalhas de Monster Monpiece são resolvidas por uma série de sistemas (Foto: Divulgação)As batalhas de Monster Monpiece são resolvidas por uma série de sistemas (Foto: Divulgação)
Toda essa profundidade e estratégia deixam o jogo extremamente divertido, com chances que podem virar a qualquer momento. As batalhas são intensas e cada jogada acaba tendo um grande peso a longo prazo. Seja a posição do tabuleiro onde você invoca suas guerreiras, como você utiliza cada classe ou quantos combos de aura consegue fazer em sequência.
Fora das batalhas a estratégia ficar por conta de personalizar seus próprios decks. Conforme você explora o mundo irá receber novas cartas e também dinheiro para comprar pacotes de cartas. Além disso, é possível ainda fortalecer as guerreiras que você já possui através do minigame First Crush <3 Rub, sobre o qual falaremos adiante.

Polêmica e erotismo

Durante as batalhas Monster Monpiece parece um jogo normal com o tradicional apelo japonês para garotinhas fofinhas em estilo anime. Porém, quando as cartas mais poderosas começam a ser usadas, essas personagens ficam quase nuas, causando um pouco de desconforto. Algumas cartas até foram censuradas para o lançamento ocidental, mas não ajudou muito.
Quanto mais poderosa uma carta se torna, menos roupas ela veste (Foto: Divulgação)Quanto mais poderosa uma carta se torna, menos roupas ela veste (Foto: Divulgação)
No entanto, nada se compara ao sistema de upgrade de cartas, o First Crush <3 Rub. Para tornar as cartas mais poderosas, e consequentemente com menos roupas, você precisa participar de um minigame onde toca nas garotinhas, esfregando o dedo na tela, enquanto uma foca em formato de pênis indica o seu nível de sucesso.
Caso você vá muito bem nesse minigame, então o jogo entra no modo “Extreme Love”, o qual requer que você esfregue a tela de toque e o painel de toque traseiro do PS Vita ao mesmo tempo. O movimento acaba parecendo a simulação de uma masturbação.
Monster Monpiece é um jogo adulto, com selo Mature da ESRB para maiores de 17 anos, porém é difícil imaginar que alguém não fique desconfortável com esse apelo erótico tão deslocado. Não é um jogo que você vá se sentir à vontade de jogar em público, o que pode ser um empecilho para um portátil.
Para algumas pessoas este conteúdo pode até mesmo ser ofensivo, então é preciso levar em consideração qual a sua posição sobre o assunto. Nas primeiras horas o modo First Crush <3 Rub não aparece, mas eventualmente se torna mais presente no jogo, conforme você precisa trabalhar melhor suas cartas.

Gráficos simples e artes belas

As artes de todas as cartas são muito bonitas, e foram produzidas por artistas diferentes, os quais estão creditados nos detalhes da carta. Ao invocá-las elas surgem no campo de batalha como versões Chibi fofinhas, com grandes cabeças e corpos pequenos. Há poucos efeitos envolvidos nas lutas e mesmo com os modelos tão simples às vezes o jogo apresenta lentidão, o que não é muito aceitável.
Os efeitos sonoros funcionam bem e as músicas são ótimas, bem aceleradas, deixando as batalhas intensas, incluindo até mesmo vocais ocasionais. Toda a dublagem do jogo é em japonês e isso inclui também efeitos sonoros desconfortáveis para acompanhar o minigame First Crush <3 Rub.
Mesmo com gráficos simples o jogo apresenta lentidão às vezes (Foto: Divulgação)Mesmo com gráficos simples o jogo apresenta lentidão às vezes (Foto: Divulgação)

Conclusão

Monster Monpiece é surpreendentemente divertido e profundo, mesclando muito bem a mecânica de jogos de cartas com a estratégia do tabuleiro. A parte erótica parece deslocada e apesar de ser comum jogos japoneses usarem esse tipo de apelo, há uma linha que parece ter sido cruzada aqui. Caso isso não incomode você, há um jogo de alta qualidade esperando ser descoberto por trás de toda a polêmica.


Nota 7.5

PRÓS

- Jogo de estratégia divertido

- Batalhas divertidas e ágeis

CONTRAS

- Apelo erótico excessivo

- Jogabilidade complexa

Fonte

Escrito por

Alexandre Vieira
Apaixonado pelo mundo dos videojogos e principalmente Jrpgs e fã da serie Final Fantasy.

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