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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Análise: The Wonderful 101


Os títulos de peso começam a chegar à Wii U e o mais recente exclusivo é The Wonderful 101.



The Wonderful 101 é o novo jogo da equipa mercenária Platinum Games, com uma grande reputação nas melhores experiências de acção frenética do momento, e criado por Hideki Kamiya, criador de jogos de sucesso como Devil May CryViewtiful Joe e Bayonetta, expectativas é o que não faltam. E após bastante tempo com falta de jogos, esta parece ser uma razão perfeita para os donos da nova consola da Nintendo ficarem muito felizes. Mas será que merece o seu hype?

Uma explosão de homenagens aos shows de super-heróis clássicos, é o grande tapete de boas-vindas ao jogador. Completo com narrador dramático, invasões intergalácticas e heróis ao bom estilo “sentai” japonês, a história de The Wonderful 101 é cheia de estereótipos cômicos, prontos a enterter qualquer um que queira voltar a viver a “golden age” dos super-heróis, com coros a cantar a glória dos valentes defensores da terra enquanto monstros gigantescos atacam os pequenos, numerosos heróis de todos os lados. Desde o início que o jogo impressiona, com cenários variados a mudarem constantemente, centenas de elementos no cenário a moverem-se de maneira diferente, e com surpresas inesperadas a cada momento. Com uma das jogabilidades mais originais dos últimos tempos, é de facto algo incomum.

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Infelizmente, aqui começa o maior problema do jogo. A sua originalidade, por si só a sua maior força, não deixa escapar o facto de que a profundidade deste título é demasiada quando o jogador começa, sem qualquer título passado ou introdução que apresente todos os seus elementos de forma inteligente. O design inicial do jogo, por muito bom que esteja a nível visual, deixa muito a desejar quando se requer um tutorial a sério, e o jogador vê-se perdido a carregar em botões e a realizar ações sem perceber bem o que faz. Paciência, e uma boa meia hora depois, a habituação e aprendizagem lenta consegue tornar o jogo numa experiência emocionante e rica em novidades. Selecionar diferentes Morphs torna-se mais fácil, os controlos tornam-se intuitivos, e a descoberta dos diferentes modos de controlar as personagens, ataques, transformações e muito mais, passa de frustração, a prazer.

Mesmo com este problema, a jogabilidade de combate é de longe uma das melhores e mais originais dos últimos tempos. O jogador controla um único super-herói, de uma equipa que pode atingir até 100 membros. Os membros permanentes da equipa encontram-se ao longo do jogo, embora apenas alguns tragam novos elementos de jogabilidade, neste caso os “unite morphs”. Morphs são formas diferentes que se podem desenhar no comando da Wii U, ou no analógico direito, para formarem objetos como uma espada, um punho, uma arma e muitos outros, dos membros da equipa. Quanto mais membros “recrutados” a equipa tiver, maiores e mais poderosas serão estes Morphs. E enquanto o jogador não encontra todos os membros da equipa, pode salvar cidadãos, recrutando-os temporariamente durante o nível. Usando formações específicas aumenta o “rank” de cada herói, tornando-o mais poderoso e resistente a ataques inimigos. No final de cada nível, é possível comprar items e novos “Unite Morphs” numa loja, usando os pontos obtidos. Muitos destes items acabam por levar o jogador a completar o jogo diversas vezes, para que consiga obter todos, trazendo uma nova dimensão à maneira como se joga, e aumentando a longevidade.

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O combate do jogo não oferece quaisquer tréguas. Embora possua diferentes modos de dificuldade, alguns apenas para apreciar a história, o modo normal tem inimigos a desviar-se dos ataques do jogador, bem como a atacar de todos os lados, sem qualquer falha, apresentando uma AI magnífica. Os inimigos mostram estratégias complexas por vezes, e tanto as suas animações, como as dos heróis, transmitem um nível de personalidade raramente visto na maioria dos jogos. Os invasores monstruosos têm uma variedade imensa de inimigos, todos com ataques e maneiras diferentes de servir como obstáculos formidáveis ao jogador. Cada nível possui um grau de dificuldade desafiante, que garante que a morte é possível em qualquer inimigo, por muito insignificante e pequeno que seja. É aqui que também mencionamos os bosses, que é onde o jogo absolutamente brilha. Grandiosos, perigosos, muitas vezes difíceis, mas sempre muitíssimo divertidos de se lutar, têm sempre uma presença grande durante o jogo, e são muito marcantes.

Infelizmente, existem pequenos factores incômodos  A câmara do jogo, distante, é impossível de se controlar, e não deixa ver os inimigos em posições que estejam fora do alcance do jogador, bem como atrás de objectos maiores. Isto consegue ser incomodativo em certas sequências, embora os momentos mais importantes sejam inteiramente livres de tais problemas.

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O grafismo é exemplar. Não o melhor, visto que quando o jogo faz zoom nas personagens em si, é possível ver todos os defeitos e texturas fracas. Mas quando jogado à distância normal, o jogo é um espectáculo visual, que demonstra grande fluidez a nível artístico. A banda sonora também ajuda bastante, sempre com um tom épico e grandioso, que assenta o tom perfeitamente.

The Wonderful 101 é o tipo de jogo altamente experimental, com os seus problemas, mas que consegue ser absolutamente brilhante. Se tiverem uma Wii U, não percam esta pérola da Platinum Games.



Escrito por

Alexandre Vieira
Apaixonado pelo mundo dos videojogos e principalmente Jrpgs e fã da serie Final Fantasy.

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